13 de jul. de 2008

El nudo en la garganta.

Não é fé. Não é esperança. É apenas a confirmação de algo que escuto com irritante freqüência : "Nossa, Cinthia, como você é ingênua!"Não contesto. Ingenuidade sim. Um calorzinho no peito, uma coisinha Polyana, vontade de influenciar. Já não é mais querer fazer parte, nem mesmo estar presente, é querer fazer bem, mostrar que há outros caminhos.
Ele quer ver? Não quer.
Ele está crente, sim, crente de que se basta. Acredita que as escolhas que faz são as melhores, já que não importa se estão corretas. E então, ele não vê. Não vê que está vazio, no fundo do poço e cavando. Não percebe que nunca está satisfeito, que joga pessoas fora (e nem estou falando de mim). Mas minha inocência me faz crer que neste exato momento ele está lá, deitado, refletindo sobre a mediocridade de seus atos.
Falso moralismo cristão! Dizem uns. Talvez. Mas, olhando pra ele, minhas conclusões são as mesmas que as do mais cético dos homens.
Tento ignorar, me ocupar, mas involuntariamente e mais fortes que na vez anterior, meus pensamentos se inundam de imagens, sons e cheiros que remetem a ele. Imagino o que ele sentiu quando arrancou com o carro depois que aquele ser desembarcou. Antes até, o que o levou a sair com eles? Por que ele permitiu ''provas'' do que fez? Se questionado sobre, certamente soltaria um de seus discursinhos modernosos - liberdade isso, curiosidade aquilo - evocaria uma superioridade que ele acredita ter. "Qual é o problema?"
Ele não sabe, mas eu sei que foi aquela velha sede. Uma sede que não sacia. E eu, aqui, sonhando com o dia em que direi que não precisa de nada disso pra ser transgressor, subversivo ou inteligente. E por pensar assim é que vou dormir com várias vozes repentindo na minha cabeça: "Nossa, Cinthia, como você é ingênua!"

Nenhum comentário: