12 de abr. de 2009

Viva a internet. Viva!

A maior biblioteca virtual do mundo real entrará no ar em 21/04.

http://www.worlddigitallibrary.org/project/english/index.html

É coisa da UNESCO e terá obras em 7 idiomas.

Outra coisa legal é o blog do José Saramago. Tá pensando o quê? Nobel também escreve blog, como qualquer mortal.

http://blog.josesaramago.org/index.php

10 de abr. de 2009

Eu, sujeito da minha época.

Tema da 1ª do ano. Sem título, menos 1.

São 5h30 e o despertador me acordar como se escutasse tambores anunciando que o espetáculo vai começar. Sento na cama e, olhando para o lado, vejo as máscaras que há algum tempo desisti de usar. Vou encarar o dia de cara limpa.
No ônibus, a caminho da aula, sou espectadora. Observo os demais passageiros: silenciosos, reflexivos, sonolentos. Todos são anônimos e, apesar de destinos diferentes, tão iguais. Restam dois assentos livres, daqueles reservados para portadores de necessidades especiais, o trajeto é longo, mas não ocupo nenhum deles, não consigo.
Depois de um desembarque tumultuado, entro no cursinho onde o terceiro ato se passa com muita excitação. Assumo meu lugar na figuração e me misturo a milhares de jovens eufóricos e cintilantes. Há grupos que brilham mais e é esse o objetivo. Uns trazem câmeras fotográficas prontas para registrar sorrisos bem ensaiados que, em poucas horas, estarão estampados em alguma página virtual. Exprimem a necessidade comum de serem vistos e reconhecidos, afinal, ser ouvido e conhecer não valida a existência de ninguém.
O último sinal toca e todos partimos para continuar a cumprir nossa rotina e pressa cotidianas. A fome me leva a um shopping center, lá me transformo em crítica de dramartugia. Vejo atuações patéticas, outras dignas de premiação, mas nada além de uma sequência na busca pelo estrelato que notei pela manhã. O texto? Repleto de exclamações e significados estranhos para os verbos ter e ser. O clímax da apresentação.
De volta ao ônibus, indo para casa, o elenco se repete, agora porém com novas expressões que, quando estão presentes, refletem cansaço e apenas isso. Sou coadjuvante nesta cena, e novamente viajo em pé. Como terá sido o dia deles? Como terá sido o meu? Assunto para camarim.
Atrás das cortinas, no aconchego do meu refúgio, repasso o episódio como um filme em minha mente. Repenso, e acredito que foi mais uma tentativa de escrever e dirigir meu próprio roteiro, mas não chego a nenhuma conclusão qualitativa sobre minha participação: apática ou revolucionária? Já não importa, pois me deito sem ouvir os aplausos.